Stephen King mostra mais uma vez que não precisa de muito para escrever uma história. Consegue fazer de um enredo simples, com duas pessoas interagindo dentro de uma casa, um thriller psicológico de dar arrepios. Aqui, ele não usa de artificio o sobrenatural. Somente explorando a loucura e a maldade humana ele escreve Misery.
Tento não colocar inclinações pessoais nas resenhas, mas King domina a arte da escrita. Seus personagens são sempre complexos e parecem possuir passados tão vivos que é difícil acreditar que são ficção. Em Misery ele consegue trazer crueldade crua nas páginas, como na maioria de suas obras.
"Quando você olha para o abismo, o abismo também olha para você"
O primeiro capítulo já cita Nietzsche, muito bem empregado. Pois, muitas vezes na loucura alheia, você encontra a sua própria. King, para o personagem Paul Sheldon, explora a temática de um escritor passando por um bloqueio criativo ao escrever uma história de sucesso, a qual detesta escrever, bem como seu problema com a bebida. Ele se isola em uma cidade remota, em algum lugar no meio do nada e bate o carro rumo ao Novo México.
Muito machucado e com dores lancinantes, pensa que vai morrer. Mas é encontrado pela ex-enfermeira Annie, por sua sorte ou pela falta dela, e ela o leva para sua casa ao invés de um hospital. A história é narrada em primeira pessoa, com Paul emergindo e submergindo de sua dor excruciante, já em seu cárcere... sem fazer ideia do que isso significaria.
"Paul Sheldon descobriu três coisas quase simultaneamente, uns dez dias após emergir da nuvem escura. A primeira foi que Annie Wilkes tinha bastante analgésico. A segunda, que ela era viciada em analgésicos. A terceira foi Annie Wilkes era perigosamente louca"
Annie é fã número um não de Paul, e sim de Misery. O romance que ele tanto queria se livrar. Ele escreve um fim para Misery e Annie enlouquece, mais ainda, ao descobrir o destino que Paul deu a personagem nesse final. Ela o mantem preso em sua casa, mas a corrente que o segura não é de metal e sim sua perna estilhaçada resultado do acidente.
Ela quer que Paul reescreva a história somente para ela e tem seus meios cruéis, muito cruéis, de conseguir que o enredo saia a seu gosto. É inacreditável suas habilidades com o maçarico...
Temos aqui algo parecido com Mil e uma Noites, onde somente a curiosidade e a dependência que Annie tem de saber o que acontece com Misery que mantêm Paul vivo. Vivo, mas não inteiro. Durante esse tempo Paul faz planos de como fugir e inevitavelmente descobre vertentes da maldade de Annie e de seu passado como enfermeira. Descobre ai sua visão doente de sofrimento.
O romance é escrito, mas eterniza Annie. O que Paul vivenciou ao escrevê-lo deixou cicatrizes e traumas duradouros. Annie nos mostra em sua loucura, que na verdade o que te faz fã ou o que te faz fanático é uma linha tênue. E essa linha se chama lucidez.
Nota:
Título: Misery: Louca Obsessão
Título Original: Misery
Autor: Stephen King
Editora: Suma de Letras
Ano de Lançamento: 1987
Páginas: 326
Sinopse: Sua fã número um. Paul Sheldon é um famoso escritor que finalmente encontrou sua maior fã. Ela se chama Annie Wilkes, e é mais do que uma leitora voraz: é a enfermeira de Paul, pois cuida dos ferimentos que ele sofreu num grave acidente de carro. Mas Annie também é a carcereira de Paul, mantendo-o prisioneiro em sua casa isolada. Agora Annie quer que Paul escreva sua obra-prima, mas só para ela. Annie tem vários métodos para incentiva-lo. Como uma agulha. Ou um machado. E, se nada funcionar, ela poderá ficar ainda mais perigosa.
Temos aqui algo parecido com Mil e uma Noites, onde somente a curiosidade e a dependência que Annie tem de saber o que acontece com Misery que mantêm Paul vivo. Vivo, mas não inteiro. Durante esse tempo Paul faz planos de como fugir e inevitavelmente descobre vertentes da maldade de Annie e de seu passado como enfermeira. Descobre ai sua visão doente de sofrimento.
O romance é escrito, mas eterniza Annie. O que Paul vivenciou ao escrevê-lo deixou cicatrizes e traumas duradouros. Annie nos mostra em sua loucura, que na verdade o que te faz fã ou o que te faz fanático é uma linha tênue. E essa linha se chama lucidez.
Nota:
Ficha Técnica
Título Original: Misery
Autor: Stephen King
Editora: Suma de Letras
Ano de Lançamento: 1987
Páginas: 326
Sinopse: Sua fã número um. Paul Sheldon é um famoso escritor que finalmente encontrou sua maior fã. Ela se chama Annie Wilkes, e é mais do que uma leitora voraz: é a enfermeira de Paul, pois cuida dos ferimentos que ele sofreu num grave acidente de carro. Mas Annie também é a carcereira de Paul, mantendo-o prisioneiro em sua casa isolada. Agora Annie quer que Paul escreva sua obra-prima, mas só para ela. Annie tem vários métodos para incentiva-lo. Como uma agulha. Ou um machado. E, se nada funcionar, ela poderá ficar ainda mais perigosa.
Eita, não sei se me identifico ou se tenho medo da Annie, acho que devo ler o livro para saber haha. Ótima resenha de um livro que parece ser bem legal e bem pesado.
ResponderExcluirhttp://minimundoliterario.blogspot.com.br/
Olá., muito obrigada pela visita! Eu sou fã do King, mas as histórias dele são geralmente pesadas mesmo, mas são sempre ótimas leituras! Beijoss!
ExcluirAdoro esse livro demais da conta!
ResponderExcluirConcordo muito com você ao dizer que King domina a escrita. De fato a crueldade e loucura humana estão impregnadas em cada página de Misery.
Tenho muita saudade da Annie, acredita? kkkk
Resenha excelente!
Oiii, Obrigada pela visita e fico muito feliz que tenha gostado! King é meu favorito com certeza! Em breve teremos mais resenha dele. Beijosss!
ExcluirOlá! Tudo bem? Já vi algumas resenhas desse livro e fiquei muito curiosa com a temática. Acredito que vou me envolver com a leitura.
ResponderExcluirAdorei seu ponto de vista e só fiquei ainda mais curiosa.
Beijos
oiii, obrigada pela visita! Leia assim e depois nos conte se gostou! Eu particularmente gostei muito! Beijos.
ExcluirOlá!
ResponderExcluirAinda não li nada do autor, mas ele está na minha lista para se ler um dia. Fiquei intrigada com a história e quero saber que fim teve Paul e a sua fã louca.
Amei a sua resenha e vou anotar a sua dica para uma leitura futura.
Beijinhos!
Olá, Obrigada pela visita! Isso mesmo, leia e depois volte para nos contar! Beijos!
ExcluirOOi!
ResponderExcluirA premissa é super interessante, porém, já senti uma agonia só de pensar no que essa fã irá fazer com ele. ahaha
Nunca li nada do autor, mas livros assim, puxados mais para o suspense e não para o terror até chamam minha atenção. Se fosse para começar a ler algo dele seria algo assim.
Ótima resenha!
Beijoos!
Olá, Obrigada pela visita. Fico muito feliz que tenha gostado! Beijos!
ExcluirEu tenho medo do King... Sim, um cara que consegue fazer a gente se preocupar com coisas simples como palhaços, carros ou cachorros me assusta demais.
ResponderExcluirPor esse motivo, não li nenhum de seus livros - e nem assisti aos filmes.
Conheço a história desse por causa da adaptação, mas imagino que seja muito melhor ler, assim como deve ser muito mais completo.
A ideia é mais do que interessante, afinal, quem não é meio obsessivo por um autor? Mas chegar até o ponto da protagonista??? Um pouco demais, né?
Beijinhos,
Lica
Olá, obrigada pela visita! Muito legal seu ponto de vista! Beijos.
ExcluirOlá!
ResponderExcluirConcordo com você King mostra que um enredo simples se transformar em uma história incrivel. Este livro parece ser ótimo, as histórias que contém thriller psicológico está conquistando cada vez mais espaço na minha estante. Esse mesmo ainda está na minha lista de desejados e lendo sua resenha o que me resta é tentar adquirir ele logo.
Bjos
Olá .Stephen King não é para mim eu acho os livros dele muito cansativo e muito detalhados isso para mim casa de mais a leitura .
ResponderExcluirOlá, adoro as obras do autor...essa ainda não li e tenho bastante curiosidade, pois parece ser muito bom.
ResponderExcluirAdorei a resenha, parabéns!
Beijokas da Quel ¬¬
Não conhecia a obra, mas adoro o estilo,gostei da premissa e essa pegada mil e uma noites é realmente interessante! Parabéns pela resenha, fiquei curiosa! Beijos
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